No mundo dos investimentos, existem diversas ferramentas de análise para uma tomada de decisão. Uma delas, de grande importância, é o Payback. Trata-se de uma forma de medir o tempo de retorno sobre um investimento inicial.
Com esse indicador, o proprietário do capital pode avaliar se vale ou não a pena empregar o seu dinheiro em uma determinada situação. Claro que, para um bom uso dessa ferramenta, é preciso usá-la em conjunto com outras que permitam uma melhor avaliação do cenário.
Caso você nunca tenha escutado falar sobre isso, vamos entender a partir de agora como funciona o Payback.
O que é Payback?
A primeira coisa que você precisa saber sobre essa ferramenta é justamente o que é o Payback. Em tradução livre ao português, poderia-se chamar de “pagamento de volta” ou simplesmente “retorno”.
Estamos falando de um cálculo simples que traz a informação de a partir de qual momento um investimento começa a “se pagar” — ou seja, a partir de quando os lucros são suficientes para cobrir o valor inicial aplicado na operação.
Em suma, o Payback informa ao investidor o período que ele precisará aguardar para ter de volta o seu dinheiro. E, a partir daquele momento, os novos rendimentos serão os lucros do negócio ou do projeto.
Como calcular o Payback?
O cálculo do Payback é relativamente simples de entender. É preciso pegar o valor de um investimento inicial realizado e dividir pelo fluxo de caixa médio do período em análise. A fórmula utilizada para realizar essa conta é a seguinte:
Payback = Investimento inicial / Saldo médio do fluxo de caixa
Suponha, apenas para fins de exemplo, que você tenha feito um investimento inicial de R$100 mil. A cada ano, considere que o seu investimento retorna R$20 mil de maneira constante.
Aplicando a fórmula, teríamos o retorno do capital investido em cinco anos: 100.000/20.000 = 5. Apenas para que não reste dúvida, abaixo temos o raciocínio ano a ano.
- Investimento inicial: -100.000
- Ano 1: Lucro de 20.000 (Saldo acumulado: -80.000)
- Ano 2: Lucro de 20.000 (Saldo acumulado: -60.000)
- Ano 3: Lucro de 20.000 (Saldo acumulado: -40.000)
- Ano 4: Lucro de 20.000 (Saldo acumulado: -20.000)
- Ano 5: Lucro de 20.000 (Saldo acumulado: 0)
É claro que esse exemplo não acontece de maneira tão simples na vida real. Afinal, os rendimentos não são fixos e lineares. Há ainda que considerar a desvalorização do dinheiro em função do tempo. No entanto, a ideia é apenas demonstrar o conceito.
Para considerar também essas variáveis, é possível usar o Payback descontado, que adiciona uma taxa de desconto aos lucros. Esse método serve para amenizar essas questões e trazer um cenário mais real — e que sempre exigirá um prazo ligeiramente superior do que usando a versão simples do cálculo.
Quais são as vantagens do Payback?
A principal vantagem do Payback é a possibilidade de dimensionar o retorno de um investimento de maneira bem simples, pois a fórmula utilizada não apresenta complicações (mesmo na versão descontada).
Isso permite, entre outros fatores, um melhor acompanhamento do fluxo de caixa futuro — tanto na projeção de receitas, como no entendimento do dinheiro que desfalcará o caixa da empresa até que o capital efetivamente retorne.
Além disso, o Payback ainda permite um melhor dimensionamento do risco, auxiliando de maneira simples nas tomadas de decisão. É, portanto, uma ferramenta de apoio ao investidor.
E quais são as limitações de usar o Payback?
Ao mesmo tempo em que é um indicador prático de utilizar, o Payback peca na precisão. Desta forma, ele é mais recomendado para projetos de curto prazo do que para o longo prazo. Ademais, também ignora rendimentos que venham a aparecer após o retorno do capital.
Por esse motivo, o ideal é utilizá-lo em conjunto com outros indicadores. Podemos citar como exemplo o ROI (Retorno Sobre Investimento) ou VPL (Valor Presente Líquido). Juntas, essas ferramentas fornecem um cenário mais preciso ao investidor. Portanto, é preciso ter uma certa cautela com os resultados produzidos isoladamente pelo cálculo.
Esperamos que o conceito de Payback tenha ficado claro para você, pois é um fator bem importante na tomada de decisões referentes aos investimentos. Se você gostou desse assunto, o que acha de saber um pouco mais sobre como montar uma carteira de investimentos ideal? Confira!