Pensando em diversificar as suas aplicações financeiras? Que tal montar uma carteira de investimentos?
Também conhecida como portfólio, uma carteira de investimentos é uma “cesta” que pode conter ações, títulos e uma série imensa de outros ativos financeiros.
Como você sabe, um investidor deseja ver o seu dinheiro render investindo em ativos que reflitam a sua tolerância ao risco e, é claro, as suas metas financeiras. Uma carteira de investimentos é uma estratégia que eleva o potencial de ganhos ao mesmo tempo que reduz riscos, independentemente do cenário econômico no qual vivemos.
Ficou interessado no assunto? Neste post vamos explicar melhor o que é uma carteira de investimentos e como montá-la de acordo com o seu perfil investidor. Vamos lá? Acompanhe!
O que é uma carteira de investimentos?
Podemos dizer que uma carteira de investimentos é um índice que exibe todos os ativos financeiros de um investidor, seja pessoa física ou jurídica.
Se você deseja investir e fazer o seu dinheiro crescer, precisa saber como compor uma boa carteira de investimentos. Essa medida, além de garantir que você lucre mais, protegerá o seu bolso. É uma lógica simples: quem diversifica investimentos dividindo o seu dinheiro em vários ativos corre menos riscos, ou seja, tem mais segurança financeira.
No Brasil, é muito comum as pessoas colocarem toda a sua reserva financeira na poupança por acreditarem que esse é um investimento seguro. Mas será que isso, de fato, é verdade? Acredite, na prática, muitas pessoas acabam perdendo dinheiro ao deixar todas as suas economias na caderneta.
Vamos aos cálculos: Em 2015, a taxa Selic estava abaixo de 8,5% e o rendimento da caderneta de poupança foi de 0,5% ao mês somada à Taxa Referencial (um indicador geral da economia brasileira, utilizado para calcular o rendimento de determinadas aplicações financeiras).
Como nesse período a inflação foi de 10,67%, quem deixou o dinheiro parado na caderneta de poupança perdeu o equivalente a 2,28%. Ou seja, embora o montante de dinheiro não tenha sido alterado, o seu poder de compra foi reduzido.
Isso quer dizer que quando o assunto é investimento, ampliar os seus conhecimentos sobre finanças é a melhor forma de fazer o seu dinheiro crescer. A seguir, explicaremos melhor o assunto e vamos ensinar como aplicar esses conceitos a favor do seu bolso. Continue a leitura.
Como montar uma carteira de investimentos?
Para montar uma carteira de investimentos, é preciso passar um pente fino nas suas finanças e analisar em detalhes a sua situação econômica. Essa análise permitirá descobrir quanto você pode investir e assim criar uma estratégia que faça as suas finanças renderem sem oferecer riscos.
Complicado? Nem tanto! Explicamos para você: sua carteira de investimentos deve levar em conta todo o seu rendimento mensal, os seus gastos, as suas despesas extraordinárias como o pagamento de impostos e a matrícula em um curso de pós-graduação, por exemplo, e quaisquer outras informações que possam causar algum impacto na sua rotina financeira.
Como você pode perceber, uma carteira de investimentos é montada de acordo com o perfil de um investidor. Isso quer dizer que o portfólio de uma pessoa pode não servir para outra.
Veja alguns exemplos: suponha que você deseja investir em ações, mas precisará de dinheiro extra daqui a poucos meses. Nesse caso, aplicar seu dinheiro na bolsa de valores não é uma boa ideia já que, devido à sua volatilidade, esse investimento deve ser considerado apenas para quem pode aguardar algum tempo para o resgate.
Suponhamos ainda que você prefere investir em uma LCI (Letra de Crédito Imobiliário) com carência de 90 dias. Caso aconteça alguma emergência e você fique totalmente sem dinheiro, precisará fazer um empréstimo para cobrir o rombo no seu orçamento, outro péssimo negócio, não é mesmo?
Além de considerar a liquidez de um investimento, é preciso observar sua tolerância às oscilações do mercado e a disponibilidade de tempo. Essa análise está diretamente ligada ao seu perfil investidor. Vamos explicar melhor esse tópico a seguir, acompanhe.
Qual é o seu perfil investidor?
Para montar uma carteira de investimentos que seja ideal para você, é preciso descobrir qual é o seu perfil investidor.
Essa análise definirá quais aplicações são apropriadas ao seu perfil de acordo com certos critérios, como aversão ao risco e rentabilidade. A seguir, vamos mostrar quais são os tipos de investidores e dar exemplos de cada um deles, o que permitirá descobrir em qual você se encaixa.
Perfil conservador
Busca segurança, previsibilidade e investimentos que oferecem risco zero. Um investidor conservador não quer perder nenhum centavo do dinheiro investido, mesmo que isso signifique que deixará de ganhar a médio e longo prazo. Logo, investimentos que oferecem grande volatilidade, como a bolsa de valores, estão fora de cogitação.
Perfil moderado
Um investidor moderado admite fazer investimentos que representem algum risco, desde que seus rendimentos não sejam comprometidos e seus objetivos a médio ou a longo prazo permaneçam inalterados. Deseja que a sua renda seja constante e previsível, com pouca volatilidade.
Perfil balanceado
Esse perfil de investidor tolera certa volatilidade e algumas oscilações de curto e médio prazo. No entanto, prefere que a maior parte de seus investimentos estejam em fundos de renda fixa, que garantirão uma renda constante.
Perfil de crescimento
Como você deve ter imaginado, o perfil de crescimento deseja ampliar o seu capital mesmo que isso implique em algum risco a médio prazo. Para alcançar os seus objetivos financeiros, tolera alguma volatilidade na sua renda mensal.
Perfil arrojado
O perfil arrojado percebe os riscos como uma possibilidade de melhorar os seus rendimentos. A volatilidade está presente na maioria das suas opções de investimento.
Qual deve ser o prazo das suas aplicações?
Além de saber qual é o seu perfil investidor, que como você viu é determinado pela sua tolerância aos riscos e pela volatilidade das aplicações, também é preciso verificar o retorno do investimento.
É importante observar que, mesmo que você tenha objetivos a curto prazo, deve montar a sua carteira de investimentos pensando em períodos mais longos.
Investimentos de curto prazo
Entram nessa classificação investimentos com prazos que variam de duas semanas a dois anos. Fique atento! Esse tipo de investimento não é ideal para investidores pouco experientes.
Boas alternativas para quem precisa resgatar o dinheiro em menos de sete meses são os fundos de renda fixa, como o CDB, LCI, LCA e o Tesouro Direto, um título público de renda fixa. Além disso, é preciso observar a carência de cada investimento.
Investidores mais experientes podem investir ainda em aplicações de Day Trade, que consiste em comprar um ativo e vendê-lo no mesmo dia, buscando lucro rápido.
Investimentos de médio prazo
Investimentos de médio prazo variam de dois a cinco anos. São investimentos de baixo risco. Ao montar uma carteira de investimentos de médio prazo, vale apostar a maior fatia em renda fixa (títulos do Tesouro pré e pós-fixados, LCI, LCA e CDB) e uma parte menor em renda variável (fundo de investimentos e ações de empresas listadas no Ibovespa).
Investimentos de longo prazo
São investimentos com prazo superior a cinco anos, ou seja, o horizonte ideal para a maioria dos investidores.
Uma carteira de investimentos de longo prazo deve exibir uma grande fatia composta de ações de grandes empresas, títulos do Tesouro pré e pós-fixados e ainda uma pequena parte em LCI, LCA e CDB, cujos valores que podem ser resgatados em menos tempo.
Qual risco você deseja assumir?
Ao montar sua carteira de investimentos, é importante observar ainda a sua tolerância ao risco. No entanto, é importante ter cuidado: a composição do seu portfólio como um todo não deve oferecer grandes riscos, mesmo que você seja um investidor bastante experiente.
Alto risco
Uma carteira de alto risco é composta, principalmente, por investimentos atrelados à renda variável. Pode ser composta por ações de grandes e médias empresas, assim como por ações de empresas menores com potencial de valorização no futuro.
Também compõem esse portfólio os recursos derivativos, aplicações que derivam do valor do dólar, o que evita perdas de capital.
Médio risco
É uma cesta de investimentos pouco volátil, composta por renda fixa e variável, como fundos públicos e privados, garantindo certa previsibilidade tanto a curto quanto a médio prazo. É importante destacar que o médio risco está associado ao médio e longo prazo, e não ao curto prazo.
Baixo risco
É ideal para investidores que, antes de mais nada, desejam proteger seu patrimônio. Como você deve ter imaginado, a maior parte da cartela de investimentos de baixo risco é composta por renda fixa.
Além disso, pode ser composta por um fatia menor de fundos de investimento. É projetada para retorno a longo prazo.
O que são ativos de renda fixa?
São aqueles cujo retorno de capital pode ser calculado quando o dinheiro é aplicado, como o Tesouro Direto, que paga a variação de juros somada a um juros pré-definido. Confira quais são os principais ativos de renda fixa.
Poupança
É o investimento mais popular entre os brasileiros por ser considerada segura. Além disso, é muito fácil aplicar dinheiro na poupança. No entanto, esse investimento pode reduzir seu poder de compra, como explicamos acima.
A caderneta de poupança é uma aplicação pouco recomendada por investidores mais experientes, já que as suas vantagens como isenção de Imposto de Renda e liquidez imediata também podem ser vistas em outros ativos.
É importante observar ainda que a liquidez da caderneta não é tão líquida assim: é preciso sacar o dinheiro depois do aniversário da aplicação para não perder todo o rendimento.
Tesouro Direto
É uma modalidade de investimento na qual é possível aplicar dinheiro diretamente em títulos públicos. Só oferece riscos caso o governo quebre ou caso seja preciso resgatar o título antes do vencimento.
Existem diferentes tipos de títulos do Tesouro Direto. Alguns pagam juros fixos somados à variação da inflação, outros são pré-fixados. Ainda é possível encontrar alguns que pagam uma taxa fixa mais a Selic.
É um investimento de grande liquidez, o que significa que você pode vender seus títulos a qualquer momento. No entanto, ao contrário da Caderneta de Poupança, há incidência de Imposto de Renda sobre o valor dos títulos, que variam de 15% a 22,5% de acordo com o prazo de resgate.
Ainda incidem sobre o Tesouro Direto duas outras taxas, a custódia cobrada pelo Bovespa e a cobrada pela corretora.
CDB – Certificado de Depósito Bancário
É um título emitido pela rede bancária que visa captar dinheiro. Pode pagar uma taxa pré-fixada ou uma taxa pós-fixada, atrelada ao CDI. É uma aplicação extremamente segura – aplicações de até R$ 250 mil são garantidas pela FGC, Fundo Garantidor de Crédito.
O Imposto de Renda varia na mesma porcentagem do Tesouro Direto, ou seja, de 15% a 22,5%. No entanto, exige um determinado tempo de carência antes do qual o investidor não consegue resgatar o seu dinheiro.
LCI e LCA
LCI, Letras de Crédito Imobiliário, e LCA, Letras de Crédito do Agronegócio, são muito semelhantes ao CDB. No entanto são aplicações isentas de Imposto de Renda. Apresentam carência mínima de 90 dias e valor mínimo de aplicação fixado em R$ 5 mil.
As aplicações são muito semelhantes, mas na hora de investir é preciso observar qual oferece maior rentabilidade e as melhores condições de resgate. Além disso, esses títulos contam com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos).
O que são ativos de renda variável?
São ativos cujo rendimento não pode ser calculado no momento da aplicação. Ações de empresas das bolsas de valores, câmbio e ouro são alguns exemplos de renda variável.
Se caracterizam por oferecer potencial de retorno e de perda maior que os fundos de renda fixa. Montar uma cartela de investimentos que exiba uma porcentagem alocada em renda variável pode ser uma boa ideia, desde que se acompanhe de perto as oscilações do mercado.
Confira a seguir alguns ativos de renda variável que podem constar da sua carteira de investimentos.
Ações
Representam pequenos pedaços do capital de uma empresa. Isso quer dizer que quem compra ações, na verdade, está adquirindo um pequeno pedaço de uma companhia.
A oscilação do valor das ações correspondem a percepção de valor do mercado sobre uma empresa. Quanto maior o interesse, maior a valorização. Antes de investir em ações, é preciso estudar bastante sobre o assunto e aguardar pelo menos um ano antes de resgatar o valor para não comprometer as suas reservas. Além disso, é preciso diversificar o montante em diferentes companhias.
Se dá melhor no mercado de ações quem tem sangue frio: se você ficar tenso e resgatar os papéis antes do prazo, poderá perder muito dinheiro.
Fundos de investimento
São fundos administrados por bancos ou corretoras que investem nos melhores ativos. Esse investimento oferece baixo risco financeiro e não é necessariamente mais seguro do que aplicar por conta própria.
O importante é optar por uma carteira de investimentos diversificada para garantir a sua rentabilidade.
Opções
São derivativos de compra e venda de ações da bolsa de valores que se destinam a elevar os rendimentos e proteger os ativos. É uma opção indicada apenas para investidores mais experientes. As opções são capazes de proteger o seu investido caso a bolsa sofra uma grande desvalorização.
Como você viu, há muito o que aprender sobre carteira de investimentos. O segredo é continuar estudando o mercado financeiro e diversificar o seus investimentos.
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