O uso do termo joint venture tem se estendido para muito além do universo econômico especializado. Não raro vemos o termo em manchetes e reportagens nos veículos tradicionais de comunicação e canais de mídias sociais. Mas você sabe o que é uma joint venture?

Neste artigo, falaremos desse tipo de aliança entre organizações, relacionando-o também aos processos de avaliação de empresas, o valuation.

O que é joint venture?

Chamamos de joint venture uma associação econômica entre duas organizações por um dado período.

Tal associação tem como aposta a maximização dos resultados, a redução de custos, o compartilhamento de tecnologia e a ampliação do alcance de ambas as empresas no mercado em que atuam.

Mas, diferentemente do processo de aquisição ou fusão entre empresas, por exemplo, essa cooperação por tempo limitado não implica a indiferenciação de ambos os negócios.

Eles continuam a existir separadamente, uma vez que suas personalidades jurídicas permanecem inalteradas.

E como o valuation se relaciona com esse processo?

Já falamos aqui no blog, recentemente, sobre a importância do valuation no processo de fusões ou aquisições de empresas. De todo modo, vale explicar mais uma vez do que se trata o termo valuation.

Literalmente, a palavra valuation significa avaliação ou valoração. Aplicada ao mundo dos negócios, diz respeito ao processo de mensuração sistematizada do valor de uma empresa ou ativo.

Para calcular o valor de uma empresa — seja num processo de fusão ou aquisição, seja numa joint venture —, o método mais utilizado é o chamado fluxo de caixa descontado.

Aplicando-se tal método, o objetivo é calcular o valor atual de uma empresa a partir da consolidação e estimativa de todos os fluxos de caixa futuros a serem gerados.

O valuation se constitui na elaboração dessa estimativa, que está condicionada a fatores internos e externos. Trata-se, portanto, de uma projeção dos fluxos de caixa futuros, que não necessariamente pode se efetivar.

Justamente por isso, desconta-se uma taxa no valor estimado da empresa quando se aplica o método do fluxo de caixa descontado para análise. Essa taxa condiz com o risco de a previsão dos fluxos não se concretizar.

“É nesse aspecto que os riscos de uma fusão, aquisição ou joint venture residem, pois, ao concretizar o negócio, a empresa compradora conta com esses fluxos de caixa para atribuir um valor à empresa adquirida, mas, se esses fluxos de caixa não ocorrerem, a aquisição pode não ter valido a pena”, explica o professor Marcos Piellusch, especialista no assunto e coordenador do curso Extensão Valuation: Avaliação de Empresas, Fusões, Aquisições e Ações do LABFIN.PROVAR – FIA.


Qual a importância do valuation para uma joint venture?

Como vimos na abertura deste texto, uma joint venture é uma associação temporária entre duas empresas.

Se as vantagens da cooperação entre duas organizações de diferentes ramos ou até do mesmo nicho de mercado saltam mais imediatamente aos olhos no que diz respeito à flexibilidade desse tipo de operação, isso não significa que ela não implique riscos.

Nesse sentido, o valuation pode ser bastante útil tanto para a prospecção de uma eventual parceria entre empresas quanto para avaliação de uma colaboração já estabelecida.

No primeiro caso, levando-se em conta a estimativa do valor das potenciais organizações parceiras, pode-se avaliar com mais concretude as vantagens e os riscos comerciais da junção.

Já no segundo contexto, com a joint venture em curso, o valuation pode colaborar na análise da percepção do mercado em relação ao comportamento e à solidez daquela parceria.

Entretanto, nesse segundo caso, o fato de se tratar de uma cooperação provisória — e, em boa parte das vezes, recente — torna o processo de valuation um pouco mais delicado se comparado ao de avaliação de empresas em processo de fusão ou aquisição, por exemplo.

“A principal diferença entre o processo de avaliação de uma joint venture e uma fusão ou aquisição é que a joint venture é um negócio relativamente novo, criado a partir do esforço de duas outras empresas. Por isso, a previsibilidade dos fluxos de caixa pode ser menor, aumentando os riscos”, comenta Piellusch.

Ainda, sendo o valuation uma projeção condicionada a muitas interferências externas que escapam do controle estrito das empresas, os riscos de uma joint venture, em particular, sempre existirão.

Estes, contudo, podem ser minimizados se houver uma avaliação abrangente, cautelosa e atenta ao microcosmo da associação e ao contexto no qual as empresas estão inseridas.

O LABFIN.PROVAR – FIA oferece o curso Extensão Valuation: Avaliação de Empresas, Fusões, Aquisições e Ações, no qual o tema valuation é tratado também no que se refere a joint venture. Clique aqui para saber mais