Quando falamos em competências gerenciais, vale a pena pensar, antes de mais nada, no que exatamente seria competência.
Podemos dizer que tal conceito diz respeito a uma combinação de conhecimento, habilidade e atitude.
Ou seja, em primeiro lugar, a liderança precisa ter domínio sobre aquilo que está sob a sua responsabilidade.
Para além do conhecimento, ela precisa desenvolver a habilidade de aplicação prática dos saberes na gestão.
Para que tal habilidade se efetive, é necessário que o líder queira aplicá-la no desenvolvimento de suas responsabilidades — ou seja, tenha a atitude de empreender tal aplicação.
Ao relacionarmos o conceito de competência à realidade da gestão de negócios, podemos descrever uma série de fatores que impactam positivamente o desempenho das lideranças e equipes. Porém, vamos nos concentrar aqui em algumas competências gerenciais que consideramos indispensáveis no mundo VUCA.
Pensamento estratégico
Independentemente do nível hierárquico, uma competência bastante valorizada no mundo dos negócios hoje em dia é o pensamento estratégico.
Tal pensamento facilita a comunicação com os diferentes stakeholders, o estabelecimento de metas e o alcance de resultados para as organizações.
Quanto mais o pensamento estratégico de lideranças e liderados se alinhar à visão estratégica da própria empresa, mais consistente e valorizada será sua atuação.
Visão sistêmica
Na dinâmica do mundo corporativo e do trabalho de modo geral, ainda hoje o que mais costuma ser requerido das lideranças e equipes são suas respectivas especialidades.
Isso faz sentido, uma vez que todos nós nos destacamos mais em determinadas áreas do que em outras e, tendo essa compreensão, buscamos orientar nossa gestão de carreira nessa direção, de modo a nos qualificar e nos especializar naquilo em que somos melhores.
Porém, é fundamental conectar a especialidade com uma visão mais ampla, capaz de enxergar o todo.
Essa conexão entre saber especializado e olhar sistêmico tem sido um diferencial cada vez mais analisado pelas organizações em seus processos de atração de talentos.
Isso se explica, sobretudo, se levarmos em conta as características do atual mundo VUCA: volátil, incerto, complexo e ambíguo.
Capacidade para tomada de decisão
A tomada de decisão faz parte da vida de todos nós. Enquanto seres humanos, somos instigados a tomar decisões a todo momento.
Nos negócios a dinâmica é a mesma. E quanto mais alto o nível hierárquico, inclusive, mais a capacidade para tomada de decisão se torna crucial.
Vale dizer aqui que, se combinados às duas competências que vimos anteriormente — pensamento estratégico e visão sistêmica —, tal capacidade para os processos decisórios tende a ser mais assertiva.
Resolução de problemas e negociação
O líder ou gestor é, por excelência, um tomador de decisão e, por isso, um solucionador de problemas.
Assim como a tomada de decisão e a resolução de problemas, a negociação é uma competência constantemente exigida no contexto empresarial, especialmente das lideranças.
Sendo uma atividade estratégica e comportamental — ou seja, diretamente relacionada aos aspectos que temos visto até aqui —, negociar implica comunicação e movimento em direção ao que o outro pensa, de modo a ajustar os pontos de vista para um comum acordo e a satisfação dos interesses de ambas as partes.
Ou seja, devido ao seu alto grau de complexidade, para desenvolver a competência da negociação, é preciso tempo, prática e constante aperfeiçoamento e revisão das técnicas do processo negocial.
Comunicação e cooperação
A comunicação é uma competência gerencial que atravessa todas as anteriores, já que é por meio dela que as outras ganham forma.
Especialmente às lideranças, cabe a responsabilidade de promover um ambiente em que o diálogo prevaleça e todos possam ser ouvidos.
Uma cultura organizacional baseada no diálogo fortalece o desenvolvimento e a manutenção de uma cultura de cooperação entre líderes e liderados.
Em outras palavras, times cuja dinâmica se baseia na comunicação e na cooperação convivem melhor com as diferenças de pontos de vista, produzindo melhores resultados do que equipes estimuladas a competir exaustivamente entre si ou obrigadas a simplesmente aceitar imposições.
Como pudemos ver ao longo deste artigo, tais competências acabam por se complementar e é da combinação entre todas elas que lideranças e equipes — a partir do pleno conhecimento de suas respectivas empresas — podem tornar a gestão empresarial cada vez mais eficiente e gerar valor para as organizações.
Fonte: LABFIN.PROVAR – FIA
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