Muito se fala hoje da importância das soft skills no desenvolvimento profissional. No entanto, alguns ambientes organizacionais ainda parecem valorizar excessivamente as competências técnicas em detrimento das habilidades humanas, devido à ênfase na entrega de resultados. Mas não seriam justamente as competências emocionais a desempenhar o papel mais importante para a alta performance das equipes nos dias atuais?
“É através da empatia e inteligência emocional que alcançaremos maior produtividade. Precisamos demonstrar que o outro é importante para nós e para a organização. Em um ambiente onde há confiança, haverá maior engajamento, compromisso e, consequentemente, melhores resultados”, afirmam Auro Honda e Sandra Gentil, diretores da Honda Gentil, consultoria para desenvolvimento pessoal e de lideranças.
Eles conversaram conosco sobre os desafios atuais das lideranças e o impacto de suas formas de agir e pensar no engajamento e na produtividade das equipes, especialmente no mundo VUCA.
O que é o mundo VUCA?
A expressão VUCA surgiu no fim do século passado e resume bem o cenário em que estamos inseridos atualmente.
Incorporado ao mundo empresarial, o termo inglês disseminado no final do período histórico conhecido como Guerra Fria (1945-1991) se constitui como uma sigla formada pela inicial das seguintes palavras: Volatility (volatilidade), Uncertainty (incerteza), Complexity (complexidade) e Ambiguity (ambiguidade).
A volatilidade diz respeito às constantes e aceleradas mudanças pelas quais o mundo vem passando nas últimas décadas.
Diante de tantas transformações, é de se esperar que seja cada dia mais difícil fazer previsões, não é mesmo? É disso que trata o segundo elemento da sigla, a incerteza.
Se tudo se transforma o tempo todo e não podemos prever o que virá em seguida com exatidão, o grau de complexidade de ações individuais e coletivas cresce na mesma proporção no mundo VUCA, de modo a acentuar a interconexão entre todas as coisas.
Acentua-se, também, a impossibilidade de haver respostas definitivas para qualquer coisa que seja — impossibilidade esta representada pelo último elemento da expressão VUCA, a ambiguidade.
Diante, então, de um mundo tão volátil, incerto, complexo e ambíguo, como as lideranças e equipes podem alcançar a alta performance?
Como dissemos acima, também é impossível ter uma resposta certa para essa pergunta num cenário tão desafiador.
Porém, se os desafios só se ampliam, muitas oportunidades também se mostram no horizonte, especialmente àqueles que estiverem dispostos a desenvolver habilidades humanas importantíssimas para nos tornarmos pessoas e profissionais melhores.
Pensando em lhe ajudar nas suas reflexões sobre o assunto, destacamos abaixo os principais trechos do bate-papo com Auro Honda e Sandra Gentil, que nos convidam a refletir sobre o papel das soft skills para o alcance de melhores resultados por parte das lideranças, equipes e organizações no mundo VUCA.
Estado de flow e alta performance
O psicólogo húngaro Mihaly Csikszentmihalyi cunhou o conceito de flow, um estado mental altamente focado, que expressa o engajamento e a quebra de controle do tempo. É quando não se percebe o tempo passar, quando se tem uma experiência de trabalho gratificante.
O estado de flow acontece quando se está alinhado aos desafios propostos. Há o encontro, o trabalhar com excelência.
Trata-se de um estado mental de altíssima concentração e motivação intrínseca, que só será alcançado se for despertado em nós um interesse pelo desafio proposto e nos sentirmos preparados para entrega.
Nesse estado de flow, experimentamos um profundo sentimento de imersão e prazer, nosso foco perfeito, nossa atenção absoluta, de modo a nos sentirmos bem e flexíveis perante as adversidades.
Autoconhecimento e empatia como aliados da alta performance
As lideranças, focadas no seu autoconhecimento e na percepção das equipes, reconhecendo suas habilidades e potencialidades, bem como suas limitações, têm a oportunidade de propor um plano de desenvolvimento que não gere no colaborador estados de ansiedade, depressão, medo, angústia ou mesmo apatia, tédio e sofrimento.
Para isso, é preciso valorizar os talentos, propor ambientes de bem-estar e felicidade no trabalho.
Pensando e agindo diferente para entregar melhor
Tomamos decisões baseados em nossos valores, na forma como enxergamos o mundo e seus problemas. A grande questão é revisitar a forma de pensar, sentir e agir.
Por isso, acreditamos no mecanismo de evolução — mas isso já vem com Sócrates (“Conhece-te a ti mesmo”).
Ou seja, devemos enxergar de modo diferente para agir de forma diferente e, assim, .
Falta de harmonia como entrave para a alta performance
Líderes que criam atitudes dissonantes ou desarmônicas, como vaidade, mau humor, pessimismo, autoritarismo, espírito muito crítico, não constroem empatia com suas equipes.
Logo, nasce uma espécie de ansiedade ou aflição que afeta a equipe, a qual, por sua vez, irá evitar o líder.
As lideranças dissonantes se caracterizam por ter estilos constrangedores, coadores, irritadores, autoritários e, assim, desmotivam os liderados, tornando-os estressados, impacientes e amedrontados.
Liderança ressonante e seus impactos no desempenho de equipes e organizações
Por outro lado, se o líder alimenta seu grupo com energia, respeito, confiança, otimismo, criará um clima agradável, tornando-se, por isso, uma liderança ressonante.
Um líder ressonante se preocupa em fortalecer um ambiente positivo, inspirar pessoas, construir maneiras de apoiar a equipe para conquistas de metas tanto pessoais quanto corporativas.
Há, por parte dele, uma postura assertiva, que compartilha, dá feedbacks, justamente porque há vínculo, confiança e segurança.
Com isso, cria-se um sincronismo entre a equipe e a liderança, o que se reflete em ótimos resultados para as organizações.
LABFIN.PROVAR – FIA
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