Relacionar empresas por tamanho na ordem decrescente, do maior faturamento para o menor, é trivial. Não há novidade. Além disso é algo praticamente estático, ou seja, pouquíssimas mudanças de um ano para o outro. Nas primeiras posições, que concentram parte preponderante do consumo de bens no País, não há mudanças significativas há muitos anos.
Porém, não se pode deixar de considerar que o tamanho é relevante. Entretanto, cingir a avaliação das empresas varejistas a esse único aspecto revela pouco sobre o desempenho efetivo dessas organizações.
Pouco tempo atrás uma das fabricantes de pneus divulgava um vídeo com uma mensagem muito interessante. Aparecia um veículo em alta velocidade. O foco eram os pneus. Repentinamente ocorre uma freada brusca e então o locutor dá a seguinte mensagem: “Potência não é nada sem controle”. Mutatis mutandis: “Faturamento sem eficiência não é nada”.
É por essa razão que o Ranking IBEVAR – FIA incorpora em seu relatório a eficiência operacional das empresas varejistas. A modelagem considera faturamento, número de lojas e de funcionários. A pergunta que se procura responder é a seguinte: Em cada um dos segmentos do varejo brasileiro, quem produz mais com os recursos lojas e pessoas? Essa indagação é respondida por meio de uma modelagem matemática apropriada. Alguém poderia perguntar porque se considera número de lojas e de funcionários? Não se poderia trabalhar com outros recursos? Em vez do faturamento não poderíamos ter utilizado a rentabilidade?
As respostas a todas essas perguntas é sim. Ocorre que para a comparação ficar homogênea, obviamente é necessário utilizar a mesma base de informações. As publicações divulgam mais frequentemente os dados relativos às variáveis utilizadas no Ranking IBEVAR – FIA. Do mesmo modo que as comparações foram feitas entre redes, é possível, e já temos feito, estudos específicos comparando lojas de uma mesma rede tendo como objetivo não o faturamento, mas sim a rentabilidade. Esses trabalhos, contudo, são apenas factíveis para a realização de trabalhos especialmente destinados a uma determinada organização.
Além do tamanho e da eficiência, o Ranking IBEVAR – FIA traz outra dimensão: a opinião dos consumidores sobre as lojas. Dito de outro modo procura-se capturar a projeção imagética da empresa no mercado. Valendo-se de recursos estatísticos – Data Mining – e análise semântica – NLP – Natural Language Processing as opiniões dos indivíduos é capturada, organizada e analisada. A análise culmina com a construção de indicadores imagéticos que permitem listar as empresas segundo sua atratividade.
Embora, como se disse as duas dimensões anteriores sejam relevantes – tamanho e eficiência – por certo essa terceira – imagem – é a mais importante: porque toda empresa nasce e morre no mercado. Uma empresa só existe porque existe mercado. Essa é a razão do prêmio referir-se a essa dimensão e não as anteriores.
Consideramos que aglutinar esses três aspectos em uma só publicação é algo único no mercado brasileiro de consumo. A FIA e o IBEVAR tem um compromisso com a inovação, porque inovar é da nossa natureza.
Autor: Prof. Dr. Cláudio Felisoni de Angelo