Temos visto aqui no blog, em diversos artigos, como os hábitos de consumo têm se modificado rapidamente nos últimos tempos. Da mesma forma, até mesmo para responder a tantas transformações no comportamento do consumidor, as organizações têm tido que se reinventar para oferecer soluções que deem conta das necessidades dos clientes. Nesse sentido, implementar as práticas de design thinking pode ser uma estratégia muito eficaz para enfrentar, por meio da criatividade e inovação, os desafios que se impõem.
Quer saber mais sobre a importância do design thinking, especialmente num contexto tão desafiador e competitivo? Convidamos você, então, a nos acompanhar neste artigo, pois é sobre isso que vamos tratar aqui. Esperamos que faça uma boa leitura.
O que é design thinking?
A expressão “design thinking” já é de uso comum no mundo dos negócios, mas, por vezes, ainda parece não ser suficientemente entendida nem posta em prática.
Você pode estar se perguntando se se trata de uma técnica ou metodologia aplicável apenas a trabalhos relacionados a design.
Faz sentido tal questionamento, uma vez que a palavra “design” poderia circunscrever esse conceito ao âmbito da criação dos profissionais de design.
Ao traduzirmos o termo do inglês para o português, ficamos com expressões como “pensamento do design” ou “modo de pensar do designer”, o que pode nos levar à conclusão do parágrafo anterior.
No entanto, o design thinking pode ser aplicado em qualquer área da estrutura organizacional — e mesmo em nossa vida pessoal.
Isso porque ele se constitui como uma forma de pensar e endereçar criativamente soluções a problemas complexos.
Pensando como designer
O significado prático da expressão “design thinking” tem muito a ver com a natureza do trabalho dos designers.
São profissionais que, de modo geral, elaboram soluções que buscam, antes de tudo, o entendimento e a satisfação das necessidades de seu público, desenhando e testando ideias e possibilidades para melhorar a vida das pessoas com criatividade e inovação.
Nesse sentido, todos nós, independentemente de nossas ocupações, podemos incorporar à nossa prática de trabalho o “pensar de um designer” ou justamente o design thinking.
Ele estabelece, justamente, o elemento humano como fator central de qualquer processo.
E quando nos referimos à ênfase no aspecto humano não estamos nos restringindo ao público-alvo das soluções.
Referimo-nos, antes, a todos os atores envolvidos num processo baseado na abordagem do design thinking.
Design thinking: colaboração e diversidade
Se o elemento humano ocupa lugar de centralidade no design thinking, a colaboração é outro fator indispensável para entendê-lo plenamente.
É impossível falar em design thinking sem falar em trabalho em equipe. O que interessa para essa abordagem é justamente a colaboração que todos podem dar no processo de ideação e desenvolvimento de novas soluções.
Não se trabalha sozinho se o design thinking está no horizonte. Isso não poderia fazer mais sentido nos dias atuais, em que percebemos cada vez mais a integração entre todas as coisas.
Se tudo está integrado, quanto mais diverso for um time, mais efetivas e criativas poderão ser as soluções criadas.
Isso porque uma equipe multicultural guarda em cada individualidade que a constitui diversos pontos de vista, repertórios de vida e habilidades que ajudam na compreensão de um todo complexo.
E hoje em dia não seria justamente a diversidade de pensamento e bagagem cultural o que as organizações mais precisam para se destacar num cenário de alta complexidade e incerteza?
Design thinking: estímulo ao pensar e agir criativamente
Assim, enfatizando a importância da diversidade e da multiculturalidade dos grupos de trabalho, o design thinking escancara as portas para o pensar e o agir criativamente.
Apoiada na pluralidade e no elemento humano, a aplicação do design thinking visa organizar os processos e métodos de modo que o motor destes seja justamente a criatividade.
Esse pensar e agir criativamente dá espaço para que ideias mais arejadas, atentas ao contexto e às pessoas, surjam.
Assim, se devidamente estruturados, prototipados e testados, os insights podem solucionar, de fato, os problemas apresentados, criando inovação e, consequentemente, agregando alto valor aos resultados.
Quais as etapas de implementação do design thinking?
Como vimos nos tópicos anteriores, o design thinking se constitui como um conceito bastante abrangente, que visa uma profunda mudança na cultura organizacional, baseando-se na criatividade e inovação para a resolução de questões complexas.
Por isso mesmo, sua aplicação exige um grande esforço e rigor, uma vez que só pode se efetivar a partir da colaboração cuidadosa e intensa entre equipes e do cumprimento das etapas que veremos a seguir.
Empatia e definição do problema
A primeira delas é o entendimento do “para quem se faz”. Em outras palavras, trata-se do público, para quem se objetiva criar a solução.
Para se conhecer alguém, é preciso se abrir à escuta de seus desejos, alegrias e dores. Da mesma forma, no mundo dos negócios, deve-se exercitar a mesma escuta atenta das necessidades, crenças e valores dos clientes.
Tudo isso se resume a um conceito-chave para o design thinking (e mais do que fundamental na atualidade): a empatia.
Sem empatia, não se pode falar de design thinking. Só a partir dela é que se pode entender o público e, em seguida, definir um alvo.
Segunda etapa do design thinking, a definição do problema a se atender primeiro é fundamental para um bom andamento do processo criativo.
Isso porque só com a definição do alvo é possível organizar, de fato, como se dará o processo criativo — bem como a colaboração entre as pessoas envolvidas —, de modo que ele possa gerar resultados sem que haja dispersão e carência de método.
Insights, protótipo e teste
Chega-se, então, à terceira etapa: a idealização. É nela que a criatividade e a pluralidade dos diferentes atores implicados podem gerar insights surpreendentes, capazes de solucionar o problema definido.
Mas, para que as ideias ganhem materialidade, é preciso elaborar um protótipo. Estamos, então, diante da quarta etapa, a prototipação.
Nela, as ideias surgidas nas fases anteriores e finalmente escolhidas devem ganhar uma primeira versão para aprimoramentos e checagem.
Por fim, na quinta e última etapa, precisamos testar a solução. Assim, em contato com o público, ela pode, finalmente, encontrar a quem se endereçou desde o início.
E também as equipes podem verificar a sua efetividade, aprendendo com os erros e acertos do processo, que, a depender da resposta do seu destinatário, não se esgota aí.
Vimos, então, como o pensar como designer, de fato, se amplia para muito além dos limites do trabalho do design em si mesmo, podendo ser o design thinking uma abordagem capaz de, por meio da empatia e criatividade, melhorar os fluxos de trabalho das organizações e a vida de todos os indivíduos nele implicados.